RÁDIO PORTUENSE - Analise ao plantel

ESTA DE VOLTA O GRANDE BOAVISTA COM ANALISE COMPLETA AO PLANTEL

Após uma pré-época positiva para os axadrezados (ainda que com a estranha e tardiamente desenquadrada experiência de jogar com três centrais em Vigo), Petit apresenta-nos um plantel mais reduzido, com 30 jogadores no total (menos dez do que os 40 da época passada).

O Plantel

Na baliza, Mika e Ba permanecem, saindo Monllor para dar entrada a Gideão. Se as expectativas dos adeptos eram baixas quanto a Gideão (provavelmente pelo facto do brasileiro não ter atingido a titularidade no Moreirense) a pré-epoca mostrou-nos um guarda-redes extremamente seguro, ainda que pouco ágil em certos tipos de lances, mas com valor acrescentado para a equipa do Bessa. Parece que Mika terá finalmente alguém com que se preocupar.

Na defesa, a maior surpresa é Brayan Beckeles: o internacional hondurenho permaneceu com a equipa durante toda a pré-época, mesmo após as sucessivas notícias sobre a sua saída. Com o mercado de transferências cada vez mais próximo do fecho, parece ser certa a permanência do defesa direito no clube do Bessa.

Para além da continuidade de Afonso Figueiredo (outra surpresa como Beckeles), de Carlos Santos, de Philipe Sampaio e de Fábio Ervões, o Boavista vê chegar mais três defesas centrais: o jovem ganês Emmanuel Hackman (vindo do Vila Real, onde disputou 11 jogos no Campeonato Nacional de Séniores), o experiente central Paulo Vinícius (vencedor de uma Taça da Liga pelo SC Braga, em 2012/2013) e o português Nuno Henrique (que alinhou pelo Feirense na II Liga, tendo sido uma peça fulcral do plantel). Para a direita da defesa temos ainda Samuel Inkoom, que dispensa apresentações.

Destaque ainda para Anderson Correia, lateral esquerdo que quase marcava ao cair do pano no Dragão, e que já se encontra recuperado da sua lesão. Também ele continuará às ordens de Petit durante mais uma época.

Ao nível do meio-campo, as panteras mantêm a estrutura básica do seu jogo, com Idris, Tengarrinha, Reuben Gabriel e Diego Lima. Anderson Carvalho (ex-Santos) deverá continuar com a equipa, sendo ainda que Ancelmo Júnior e Samu poderão ser bastante mais utilizados esta época. Por decidir, continua ainda a situação de Miguel Cid, tendo o trinco do Boavista feito uma segunda metade de época brilhante no Daugavpils da Letónia. Cid foi inclusive candidato a “melhor jogador do mês de Abril" na Liga Letã.

No sector atacante, o extremo Brito optou por rumar a Angola para alinhar pelo Libolo – provavelmente a baixa de maior peso para a equipa do Bessa (a par da saída de Marek Cech). Destaque para a dispensa de Julian Montenegro, pouco utilizado na época passada, mas com o regresso de um outro extremo (actualmente lesionado): André Watshini Bukia, velocista de apenas 20 anos, que alinhou pelo Vila Real, onde marcou 4 golos na época passada. Bukia mostrou ser bom no sprint pelo corredor lateral, tendo dado bons sinais em alguns dos jogos de preparação. Nota-se já uma forte expectativa por parte dos adeptos em relação a este jovem avançado.

Uchebo, Leozinho, Zé Manuel e Pouga continuarão a vestir o xadrez da Invicta, sendo que o extremo Luisinho (considerado o melhor jogador da II Liga 2014/15!) já deu evidências de ser um reforço de ouro para o Boavista.

Uche Nwofor, ponta-de-lança nigeriano de 23 anos, também reforça “as feras de Petit”, sendo que já leva no currículo 9 internacionalizações pela Selecção A da Nigéria, onde marcou 3 golos. Tem contrato assinado até 2018.

Que Futuro?

Na época passada, e numa liga também ela “a 18”, o Boavista conseguiu o feito de atingir um disputado 13º lugar, sagrando-se recordista português ao conseguir a manutenção com um orçamento tão reduzido. Este ano, o orçamento continua o mais reduzido de toda a 1ª Liga...

Se na passada época o Boavista arrecadou 34 pontos em 34 jogos (média de 1 ponto por jogo), este ano pode - e deve - tentar algo maior… Mas sem grandes voos ou aventureirismos à mistura.

João Loureiro apresenta uma postura responsável e perspicaz (após o sucesso tremendo do PER / SIREVE), digna de um verdadeiro gestor de topo: com uma estratégia corporativa assente no equilíbrio orçamental, com vista ao pagamento do serviço da dívida do clube, o presidente axadrezado declara um único rumo: o da progressividade e responsabilidade. Só lentamente, e com os pés assentes na terra, poderá o clube mais antigo de Portugal regressar ao lugar que já um dia foi seu por direito: o de líder do futebol nacional.

Os Boavisteiros estão habituados a ser injustiçados. Fomo-lo ainda no início da segunda metade do século XX, com a despromoção às divisões amadoras devido à tentativa de profissionalização da estrutura axadrezada. Fomo-lo nos preparativos do Euro 2004, quando o Estado deu, mais uma vez, garantias de não ser “gente de bem”. Fomo-lo em 2008, aquando da injusta (e agora comprovada nos meandros dessa mesma injustiça) despromoção á Liga Vitalis. E continuamos a sê-lo, com o tremendo atraso de pagamento na indemnização da Liga de Clubes. Mas resistimos... Contra tudo e contra todos.

É com este sentimento de “dever” que devemos sempre apoiar o clube. E hoje, na época 2015/16, mais do que nunca, o objectivo é ingrato - sendo a manutenção o mínimo exigível, e um risonho 10º lugar um target possível, mas um pouco mais distante.

Desenganem-se: mesmo sendo ingrato, este caminho da consolidação é o único caminho possível, após toda a injustiça que se abateu sobre a instituição fundada em 1903.

Tenhamos a boa perseverança de caminhar unidos com quem comanda os destinos do nosso clube, para que em meados de Maio possamos de novo festejar o cumprir de mais um passo… Um passo rumo àquilo que é nosso por direito: um lugar no topo.

Guilherme Marques da Fonseca

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