SETÚBAL 2-2 BOAVISTA (CRÓNICA MAISFUTEBOL)

Um dia depois do Rio Ave no Restelo, este domingo foi a vez de o Boavista conseguir o improvável em Setúbal. Depois de estar a perder por 2-0 e a jogar com menos um elemento na segunda parte, por expulsão de Idris, a equipa de petit foi buscar forças ao fundo do poço e regressa ao norte com um saboroso ponto na bagagem.

Depois de ter estado com o pássaro na mão, ainda não foi desta que o Vitória abre o campeonato com um triunfo. Já lá vão quatro anos.




FICHA DE JOGO 
 
Seguro, organizado e esclarecido, o Vitória raramente deu espaços na primeira parte a um Boavista pouco acutilante incapaz de ser perigoso.

O guião do jogo parecia escrito no final da primeira parte, onde os sadinos foram essencialmente mais competentes lá na frente.

Sem músculo para entrar em grandes lutas pelo centro do terreno, a equipa de Quim Machado apostou nas saídas rápidas para o ataque. Quando André Claro abriu o marcador (aos 17’ num bom remate cruzado de fora da área), os setubalenses já tinham posto em sentido o sector mais recuado dos axadrezados. Costinha esteve perto do golo logo a abrir.

O Boavista tardava em reagir ao golo dos sadinos, que antes da meia hora estiveram perto do segundo por Suk. E Petit, sem paciência para esperar mais, mexeu. Tirou Rúben Gabriel e lançou Leozinho. No fundo, conseguiu dar aos axadrezados aquilo que precisava. Uma alfinetada num meio-campo demasiado cheio e jogo pelos flancos.

Os axadrezados equilibraram o jogo e, finalmente, lá conseguiram incomodar o último reduto do Vitória, que não só resistiu ao assédio dos visitantes como dilatou a vantagem. Já perto dos descontos, Suk aproveitou um deslize de Paulo Vinícius e serviu Ruca para o 2-0.

O intervalo chegava com as bancadas do Bonfim (casa simpática) em festa. Estava no papo, pensava-se.

Mas não estava. Não que o avançar do jogo desse pistas sobre o que viria a acontecer. Nada disso. Os sadinos controlavam o jogo perante um Boavista aparentemente de joelhos. O cronómetro avançava e, dos axadrezados, nenhum laivo de inspiração.

Pior do que isso só mesmo ficar reduzido a dez. E foi mesmo isso que aconteceu. Idris foi expulso a 20 minutos do fim. Nas bancadas, os adeptos do Vitória esfregavam as mãos de contentes. Agora é que estava (mesmo!) no papo.
Talvez inspirada no que o Rio Ave fez na véspera em casa do Belenenses, os axadrezados conseguiram o que até mesmo Petit, lá no seu íntimo, não esperaria.

Aos 75’, Afonso Figueiredo reduziu num excelente remate de pé esquerdo. Agora a vencer por um, os sadinos assustaram-se e recuaram.

Mais por insegurança, talvez assombrados por um estranho complexo de inferioridade que tomou conta da equipa de Quim Machado. E o Boavista aproveitou. A dez minutos do fim, Luisinho fez o 2-2 na cobrança de um livre lateral que acabou por passar por toda a gente e entrar junto ao poste esquerdo da baliza de Raeder e resgatar um ponto num jogo que parecia estar decidido perto do fim.

Esta Liga das emoções promete! Se as suas cores clubísticas são outras, prepare esse coração. Um dia isto é capaz de lhe calhar a si.

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